Carta 4

De: Alguém que precisa transbordar o ordinário e cotidiano
Para: Algum desocupado ocasionalmente interessado em ler.

***
Caro leitor, 

    Dedico meu afeto hoje ao amor de minha vida. Não a vida da maneira idealizada, mas a vida de todo dia. O amor de minha vida é real, imperfeito, difícil de entender e que deixa tudo em silêncio em um abraço. É controverso como todas as questões que me ocupam a mente. Olho pra frente e vejo um homem entregue à vida, seus vícios, lutas e méritos. Há beleza nisso, bem como em seus olhos âmbar. 
    Talvez essa seja a carta mais difícil de escrever. É um emaranhado de sentimentos e pensamentos que desembolar tudo isso demanda uma força tremenda. Falar do amor de sua vida, real e cotidiano, é tão cru quanto a carne sob nossas peles. É tão natural como acordar todas as manhãs. É tão difícil quanto arrancar seu coração com as unhas.
    Ele é selvagem. Uma fera que se adestra como deseja. Eu o amo, eu sei disso. Mas eu também teria motivos pra odiá-lo e eu sei disso. 
    O amor de minha vida acorda todos os dias em um humor, em uma motivação. O amor de minha vida me traz chocolates e abraços quando a tempestade pousa em minha cabeça. O amor de minha vida as vezes é a tempestade que pousa em minha cabeça.
Eu tentaria em mais inúmeros parágrafos decifrar esse enigma. Mas sei, nada será de fato como ter sua presença ao lado. 

Hoje meu coração está confuso. Até uma próxima. 

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